sábado, 24 de abril de 2010

Dia de limpeza.





Meu armário estava gritando "Me arrume, por favor!" faz algum tempo, então decidi arrumá-lo hoje. Joguei muita coisa fora. Cadernos do ano passado, maquiagem que não prestava mais, bijuteria que eu jamais usaria novamente, papéis rabiscados, cadernos que eu comprava apenas pra rascunho e nunca mais usava e canetas que não funcionavam mais. Achei muita coisa que eu nem lembrava mais que tinha, como a minha sapatilha de ponta do ballet, uma tesoura com um recorte diferente do normal e uma bolsa que eu usava bastante, antes. E também salvei muita coisa de ser perdida pra sempre, tipo duas garrafas que apesar de serem apenas duas garrafas, têm muita história, cartas que eu nunca mandei (por enquanto) e um rascunho de uma coisa que eu nunca vou postar aqui.

Eu joguei muita coisa fora. Coisa que tava no meu armário só pra entulhar porque, antes, eu não tinha onde por, e que me atrapalhava todos os dias. Às vezes nós estamos assim. Cheios do que não precisa. Cheios do que só serve pra entulhar, e isso atrapalha. Todos os dias. Isso nos impede de enxergar o que mais tem, além do entulho. Impede de enxergar as garrafas, as cartas, a sapatilha de ponta, as cartilhas de jejum, a maquiagem que ainda presta, as canetas que ainda funcionam. Impede de enxergar o que ainda é bom. Nos impede de ter acesso ao que precisamos de verdade, ou a aquilo que faz bem. A nossa história, nossos objetivos, nossos planos secretos que precisamos ver de vez em quando, pra nos manter com esperança.

Às vezes tudo que precisamos é uma limpeza. Precisamos nos livrar de todo o entulho. Todo pensamento desnecessário, de problemas que não são tão grandes assim, de paixões que nem existem, de desejos que não vão nos levar a nada. Precisamos nos limpar pra poder enxergar de novo que temos uma história, que temos sonhos e planos. Precisamos de espaço.

Espaço não para juntar mais entulho, nem para deixar vazio. Espaço pra ser preenchido com coisas novas, que realmente importam. Novas visões. Novos planos. Novos sonhos. O novo de Deus. Acumular coisas velhas atrapalha. O novo é necessário.

Não precisamos esperar que nosso armário interior comece a gritar "Me arrume, por favor!" pra tomarmos essa iniciativa. Na verdade, precisamos todos os dias de limpezas assim. Porque no final de cada dia as coisas ficam um pouco mais velhas, e precisamos ter espaço o suficiente para aquilo que vai se renovar na manhã seguinte.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O que não sai do lugar



Você tá aí se lamentando por tudo ter mudado de uma hora pra outra. Por certezas não serem mais tão certas agora. Por dores e distâncias criadas em tão pouco tempo, mas acho que se esqueceu de uma coisa, não?

Você pode ter mudado, as pessoas podem ter mudado, as certezas podem ter saído de onde não deviam ter saído, a distância chegou e tirou a proximidade do seu lugar, a dor tirou a alegria que você estava sentindo, mas Deus não mudou, nem saiu do seu lugar. A palavra que ele lançou não vai voltar vazia só por causa das mudanças que você vê com os olhos.

Uma alegria muito maior está por vir e você nem sabe.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bom dia.




Tô escrevendo do nada, no intervalo entre provas porque não deu tempo de postar na hora que eu queria ter postado. E talvez, também por isso, não tenha tanto sentido quanto naquela hora teria.

Eram seis da manhã e eu acordei diferente hoje. Não só porque eu levantei uma hora antes do meu normal e liguei o computador pra passar a músicas que me preencheram no final de semana pro meu celular, pra que elas continuassem me enchendo durante todo o dia, e aí eu já aproveitei pra fazer outras coisas como ler as boas palavras de gente com quem a minha aliança é de sal - apesar disso ter sido um marco, ter me enchido e até feito transbordar. Mas é que eu acordei diferente do que eu estava acordando havia muito tempo.

Eu acordei enxergando um pouco mais adiante do que a minha visão, que esteve limitada por longos e dolorosos dias, esteve enxergando anteriormente. Acordei e demorei um pouco para abrir os olhos porque a luz seria mais forte que eles, mas ainda assim eu enxerguei muito mais. Tive uma perspectiva de que eu vou continuar a acordar assim durante os próximos dias dessa semana e durante as próximas semanas.

Acordei ciente de que o Deus fiel dos adesivos nos carros* que vemos todos os dias é fiel a mim também, e que todo o calor que eu tô sentindo agora, no meio desse frio, é honra e a fidelidade dele.

Eu sei que não sou a única que precisa de novas perspectivas daquilo que é bom, a cada manhã, e o que eu pretendo é que, todos que leiam tenham novas perspectivas assim que terminarem de ler, que sintam o mesmo calor que eu estou sentindo agora e que vejam a fidelidade do mesmo Deus que eu, não só nos vidros dos carros.

*Idéia tirada do texto "Devaneios na Av. Brasil", de Luciana Elaiuy, no www.umpontoum.com

nota: o texto foi escrito às oito da manhã e, realmente, eu queria ter postado bem mais cedo do que só agora.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ON - OFF



Eu sou viciada em desligar uma máquina na padaria da minha mãe. Todas as vezes que passo por ela, me forço a colocar pra baixo a chave que liga e desliga, desde a primeira vez em que ela pediu pra eu fazer isso, achei muito legal e acabei gostando. Não importa se é meio dia ou sete e meia da noite - hora de fechar.

Bom seria poder fazer isso com os nossos sentimentos também. Da mesma forma que na máquina, colocar a chave pra baixo quando ficamos tristes, e desligar a tristeza. Ou então, colocá-la pra cima quando estamos desanimados, e ligar o ânimo.

Mas é assim. Temos chaves de autoridade pra ligar e desligar aqui na terra, e será ligado e desligado no céu. Podemos ligar milagres aqui na terra, e eles serão ligados no céu. Podemos desligar tristezas e dores aqui na terra, e elas serão desligadas no céu.

E essa chave também serve pra entrarmos em dimensões diferentes. Abrirmos portas de novos patamares. Fecharmos portas daquilo que já não é tão bom.

Só o que precisamos é entender essa autoridade que temos e usar as chaves. Ligar, desligar, entrar e sair.