sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quase no fim



Se todas as lágimas que você chorou esse ano poderiam encher uma piscina, e se todos os fios de cabelo que você arrancou se desesperando pudessem fazer uma peruca, bem vindo ao clube. Não, você não é o único.

Acho que agora é hora de parar um pouco. Sentar e respirar, e olhar pra tudo. Pra tudo, e não só pra os erros, pecados e desastres desse ano. Tudo envolve vitórias e conquistas. Agora é hora de chorar de verdade, de chorar tudo o que você tem guardado aí, porque às vezes o desespero é choro guardado; às vezes chorar é muito bom. Tipo agora.

Agora é hora de olhar pra frente. Pra frente, porque era à frente de Pedro que Jesus estava quando eles estavam sobre as águas. E enquanto Pedro olhou pra frente, ele não afundou. É hora de olhar pra frente, e não pra trás, pra o barco onde estão todos aqueles que riem por você acreditar que o próximo ano vai ser melhor que esse. Porque se você olhar pra trás e ver todos os fantasmas de fracassos você vai afundar.

Mas agora não. Não é hora de afundar. É hora de olhar pra frente, pra Jesus, que está de braços abertos te esperando com o sorriso mais lindo do mundo e o olhar que diz sem precisar falar, que ainda não acabou, que tem muito mais pra você.

Dá pra esperar por um ano melhor, ainda que ele não seja cem por cento como você espera, até porque nada pode ser completamente bom: às vezes você precisa passar por certas dores pra ficar mais forte e crer mais. E dá pra confiar, com a confiança de um cara que nunca conheceu o fracasso.

Como os olhos em Jesus, sem enxergar fantasmas, você vai viver em 2011 aquilo que ninguém imaginou que pudesse acontecer.

E o barco não vai afundar. Anda, Pedro.

domingo, 28 de novembro de 2010

De dentro do barco...


E enquanto estou aqui sentada, talvez me derrotando por dentro, com meu coração apertado e a minha mente angustiada, achando que Você não está aqui, Você está - sempre está -, e está trabalhando em mim. Porque eu sei que existem coisas que eu não vejo. E o mundo espiritual é maior que o meu mundo. E os Seus caminhos são maiores que os meus caminhos. Sua vitória é bem maior do que a minha derrota interna. E Você... Você é maior que qualquer coisa.

O barco não afundou.

domingo, 24 de outubro de 2010

Brisa de Deus


Mas o Senhor estava na brisa. Ele não estava no vento (não no vento forte), não estava no terremoto, não estava no fogo. Estava na brisa, no vento suave, no silêncio que eu acho que faz a pipa voar. O Senhor estava no Vento. Com letra maiúscula, o Vento que é suave, de palavras soltas, de calmaria. O Vento de sussurro, porque muito do que já foi escrito aqui foi só um sussurro. Não passou de um sussurro, daqueles que te fazem arrepiar, e sentir um ventinho gelado, uma brisa. A voz suave e não gritada do Pai, que talvez depois de ter gritado em uma bronca, abaixou até você e olhou nos seus olhos, dizendo que não importa o que você faça, Ele ainda é seu Pai.

E eu não estou falando só de você, que leu, mas estou falando de mim, quem escreveu. Porque muito do que eu escrevi aqui foi só soprado pelo Senhor. No meu coração. Muito do que eu escrevi aqui, veio do nada, bem inesperado, porque brisa não é algo por que você espere.

Elias viu o vento forte. Viu o terremoto. Viu o fogo. Mas Deus estava no sussurro, na brisa. Deus sopra forte às vezes aqui. Ele faz as coisas tremerem e pegarem fogo. E às vezes eu venho aqui pra o Vento escrever e eu estou cansada. Estou magoada e estou querendo jogar tudo pra o alto. Elias ficou assim quando teve medo. E às vezes você vem ler com medo. Assim como eu venho escrever com medo. E Deus é tão incrível, tão maravilhoso e tão grande, tão louco, que eu escrevo e o medo passa. O cansaço diminui e a mágoa também. Eu já não tenho mais tanta vontade de jogar tudo pra o alto... Às vezes, pra mim, escrever é sair da caverna.

E eu espero que esse Vento te ajude quando você estiver numa caverna de onde precise sair.

sábado, 16 de outubro de 2010

É hora de acordar



Ninguém disse que ia ser fácil. Ou disse? Não, não disse. Porque se tivesse dito, nós saberíamos. E você está aí, com essa cara fechada o dia inteiro, chora toda vez que tudo fica um pouco silencioso, mal consegue respirar. E a cada segundo se arrepende de estar assim. Se arrepende de não conseguir. Porque você sabe que quando você é fraco, aí é que você é forte. Sabe, sabe sim. Mas não, fica aí, com esse nó na garganta só de pensar que não consegue ser forte.

Tenta. Em uma das suas mãos tem um livro, e aí tem tudo o que você precisa ler. Na outra tem um papel que você tem lido todos os dias. Você também precisa ler o que está escrito nele. Ler de verdade, e depois de ler, acreditar. E depois de acreditar, viver. Viver de verdade.

Você precisa ser real, precisa se esvaziar de você. Porque é bem isso. Você pede todos os dias pela vontade de Deus, mas esquece que precisa de lutas também. Precisa de um deserto pra ver se você é macho mesmo! Precisa apanhar pra aprender. Pra ter memorial, precisa de cicatriz. Você sabe! Você não é mais criança pra ficar chorando e perguntando o por quê. Você já aprendeu que você não precisa entender. Precisa lutar! Precisa adorar no meio da luta. Precisa ser mais forte do que a fraqueza que quer te deixar mais fraco ainda.

Você precisa acordar. Acordar e levantar, porque é isso que as pessoas fazem quando acordam, elas levantam. Acordar, levantar e ir pra guerra com as forças renovadas, porque já te disseram que você é guerreiro. Você está num lugar onde novos guerreiros são recrutados a cada dia, e se você quer mesmo continuar aí, precisa aprender a ser guerreiro. Você sabe que Deus precisa de guerreiros. Você sabe. Ama tanto a obra dEle! Precisa aprender a se fortalecer pra estar suficientemente pronto pra lutar por essa obra. Porque quem ama, luta pelo que ama. E disso você também sabe.

E, vem cá! Se você sabe mesmo de todas essas coisas, não faz por quê? Ah sim, quando se dá ouvidos àqueles que querem que você fique no chão, não dá pra levantar... Você tem um livro nas suas mãos, e nele está tudo o que você precisa ler. Está toda a Verdade. Está o seu despertador. É a essa verdade que você precisa dar ouvidos, porque quem enviou não quer você no chão. Quer você de pé, lutando.

Você quer alegria, mas não tenta se alegrar. Você quer ser cheia, mas não se esvazia de si. Quer o novo, mas não se livra do velho. Quer andar, mas não se livra do que te impede. E o que te impede é você mesmo. A sua carne, a sua vontade. Quando você aprender que não dá pra viver do seu jeito, você vai conseguir andar. E você sabe muito bem que não dá pra viver do seu jeito.

Vai, é outra chance. É outro dia. Abre os olhos, levanta da cama, se prepara e vai pra guerra. Vai.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Depois de todas as cores.



Se possível, leia enquanto ouve a música Like a Child, do Jars of Clay. Eu acabei de ouvir pela primeira vez e eu acho que talvez possa dizer muito sobre o Vento e sobre esse ano.

Deus me deu um dom. E não faz muito tempo que eu entendi de verdade, lá no meu espírito, o valor de ter um dom, e mais ainda, o valor de ter ganhado algo de Deus. Algo tão interessante como um dom. Porque é bom quando Deus nos dá algo, Deus dá a provisão financeira, uma casa, um carro, uma família, alguém pra amar, Deus dá amigos. Mas é incrível - não no sentido de ser inacreditável, mas de ser algo tremendamente maravilhoso - quando Deus nos dá algo que Ele quer que nós usemos pra Ele. E eu tenho descoberto como é maravilhoso e gratificante ler em um comentário coisas do tipo Deus falou comigo através de você. É saber que realmente o que eu estou fazendo está tendo retorno, não pra mim, porque eu não quero nada, mas pra Deus.

Porque quando eu tenho esse entendimento, de que eu pertenço verdadeiramente a Deus, eu entendo também que tudo que cai nas minhas mãos é pra Ele, e o que Ele pedir, é dEle. E Ele me deu o Vento. Eu comecei sem saber onde ia chegar, achei que ele chegaria a um ano de existência, mas hoje, vendo assim, eu não podia pensar que ia acontecer tanta coisa. Talvez eu tenha começado por um impulso. Porque eu estava inspirada pra um novo blog depois de ter passado um final de semana inteiro lendo coisas realmente inspiradoras (porque acho que esse é o intuito daquele site), e quis um blog novo. Mas foi Deus quem me deu esse Vento.

E eu pensei por muito tempo em várias coisas pra escrever aqui. Pensei em contar sobre alguns dos posts, falar que foram experiências e talvez até revelações, mas eu acho que por aqui já está bom. O Vento está fazendo um ano e nesse tempo Deus me mostrou várias coisas. Aqui dentro do Vento e na minha vida fora daqui também, e se for ver bem, existem várias ligações nisso tudo. Eu cresci bastante nesse tempo, e o suficiente pra eu entender e de fato querer que nenhuma glória seja dada a mim pelo que eu escrevo, mas sempre, todos os dias, em todas as letras e em todos os instantes, àquele que me enviou, àquele que colocou as letras nos meus dedos.

Colossenses 1: 10-17

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Entre feridas e cicatrizes.


Quando eu era pequena, sempre quis ter cicatrizes. Minhas amigas tinham porque elas eram mil vezes mais aventureiras que eu e, mesmo assim, por mais que eu machucasse meus joelhos mais constantemente do que é natural, eu não ficava com cicatrizes. Sempre achei legal essa coisa de quebrar a perna e deixar que os amigos assinassem o gesso, mas eu sempre fui uma criança quietinha demais pra que acontecesse qualquer coisa assim. O máximo que eu alcancei de um gesso ou uma cicatriz foi eu ter tentado pular do sofá pra o banquinho que nós tínhamos na sala de casa e machucado, como sempre, meu joelho.

Mas hoje eu tenho cicatrizes, e não são poucas. Não são na pele, nenhuma delas, porque eu cresci pouco aventureira, como eu já era antes. Mas são várias dentro de mim, de lutas. E eu acho que essas são mais legais que as cicatrizes que ficam na pele, porque as cicatrizes que ficam na pele, apenas ficam lá, na pele, e você se lembra de quando se machucou ao olhar pra elas. E as cicatrizes de dentro da gente talvez sejam como distintivos, que a gente olha e diz essa aí é de quando eu venci aquele gigante!.

Quando a gente cai e machuca - no meu constante caso - o joelho, dói na hora. E é um processo longo e irritante até que a ferida se feche e apareça apenas como cicatriz - no meu caso, não apareça. E a gente sabe que as lutas são assim também. A nossa dor, nossa ferida está aberta e nossos cuidados têm de ser redobrados pra não entrar sujeira nenhuma nas feridas, pra que a ferida não abra ainda mais pra que não doa ainda mais, pra não infeccionar e acabar virando uma ferida, um problema muito maior. Mas a ferida fecha, não fecha? Ela fecha depois do tempo que Deus quer, a luta acaba no tempo que Deus quer, e aí nós temos outra a marca. A marca de mais um gigante derrubado, ainda que por um tempo tenha doído.

Cicatrizes internas podem ser marcas de curas mais internas ainda. As nossas deformações são feridas e com elas nós tomamos os mesmos cuidados de não deixar entrar sujeiras, pra que não se tornem deformações ainda maiores. Nossos traumas, nossos medos, todos seguem o mesmo esquema das feridas e deformações. Todos passam pelo mesmo processo e algumas coisas, em algumas pessoas, são mais demoradas do que outras coisas, em outras pessoas, ou que as mesmas coisas. E outras coisas são mais demoradas que as anteriores, nas mesmas pessoas. Mas a certeza é que depois vai haver uma cicatriz ali e, pra essa, a gente vai poder olhar e dizer essa daí é de quando Deus me curou daquele medo!.

Cicatrizes internas, marcas de curas, são memoriais. Depois de tudo nós vamos ver, nós vamos ver que tem um monte delas, nós vamos nos lembrar de cada vitória, lembrar que não estávamos sozinhos. Olhar pra trás, ver que nós continuamos de pé, quando podíamos ter caído. Ficamos de pé e tomamos cuidado com nossas feridas, quando nós podíamos ter deixado pra trás, deixado sujar. Mas nos ficamos de pé, e essa é nossa marca. Memoriais diante do Senhor, que foi quem nos manteve de pé, quem nos curou, quem fechou nossas feridas depois do tempo que Ele quis, o tempo certo.

Depois de tudo, nós sabemos que tem muita coisa por trás de todo tempo em que doeu e sangrou. Que todo esse tempo foi pra que a nós aprendêssemos a nos cuidar, estando de pé. Foi pra que nós nos levantássemos e nos fortalecêssemos, segundo tudo aquilo que nós já sabemos. E nós já sabemos que quando aparecer uma nova ferida, uma nova luta, é assim que nós vamos vencê-la, estando de pé.



sábado, 11 de setembro de 2010

Depois de tudo


E se depois de tudo isso eu ainda estiver de pé, pode ser que ainda tenha chão. E se tiver chão, estando de pé, eu vou poder caminhar. Se estou de pé, é porque Você está comigo, e vou andar, porque Você vai continuar comigo.

Porque andar sem Você não dá. E sem Você, eu caio. Continuo no chão, sem Você, se não estou de pé. E se estou de pé, com certeza, sem Você, eu vou cair.

Mas se Você estiver aqui, eu sei que vai pegar na minha mão, e além de colocar um chão duro e real debaixo dos meus pés e me mostrar o caminho, vai me levar até onde quer que eu chegue. E o que eu sei é que Você vai estar aqui. Que Você está aqui e vai ficar... Aqui.

E a Sua mão... A mão Sua, que vai segurar na minha pra me levar até onde onde Você quer que eu chegue... É a mão que me guarda. É debaixo de onde eu quero ficar. A Sua mão, que é a cama mais macia, a casa mais confortável, o melhor descanso pra minha cabeça... Depois de tudo isso.

Pai...

E depois de tudo isso eu vejo que nem a metade de tudo o que Você fez por mim é o que eu merecia. Depois de tudo eu não mereci Sua mão. Eu não mereci, mas Você me ama.

E eu também não mereço o Seu amor.

Mas Você me ama. E eu? Eu te amo. Eu te amo e sei... E reconheço que foi só por causa da Sua mão que eu estou de pé e que tem chão de baixo de mim pra eu poder andar. E que é Você quem vai me levar aonde Você quer que eu chegue. Porque Você quer que eu chegue lá.

Ainda que o chão seja de areia e não tenha água nenhuma por perto, ainda que eu esteja com sede, e quase não esteja conseguindo permanecer de pé, do jeito que Você me deixou, a Sua mão vai me manter de pé... Como Você fez antes. E eu vou chegar até onde tem água, porque vai ter... Você prometeu que teria água. E Você quer que eu beba.

Que eu sobreviva. Que eu viva. Em abundância.

Eu reconheço, Pai. Reconheço a fraqueza escrita na minha testa se eu estou longe de Você. A fraqueza gritando nos meus ouvidos, sem o Seu amor. E não dá. Não dá pra ficar sequer um dia longe disso. Da Sua mão. Do Seu amor.

Dói, Pai. Dói quando eu acordo do meu eu e vejo que não deixei Você entrar. Dói quando eu vejo que, na verdade, eu não estava vendo nada antes de Você chegar. E Você tem mais amor pra mim, porque Você é meu Pai. Meu Pai, que me perdoa. E que me ama. O meu Pai, a quem eu amo...

E eu sei... Ah, Pai, eu sei mesmo... Que eu posso ficar horas aqui tentando achar uma palavra... Uma única palavra que seja melhor do que simplesmente obrigada, e eu nunca vou encontrá-la.

Se isso for suficiente, eu quero dar a minha vida. Por tudo. Por tanto amor. Pela Sua mão, que me abriga e que me acalma, que segura na minha pra poder andar, depois de ter me colocado de pé e de ter me posto num chão, onde dá pra andar. A minha vida, Pai de amor.

Senhor. Rei dos reis. Yeshua. Príncipe da Paz. Cordeiro de Deus. Rosa de Saron. Emanuel.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Palavras soltas.


Depois de toda dor

Toda cor

E toda nota

Depois de todo frio

Do vazio

De todo tempo

Restou o vento

Restou a raiz

Restou a flor

Restou mais tempo

Restaram os anos

Restou a fé.

Depois do violão

De todo som

De cada momento

Ainda há paz

Ainda há mais.

Tem o perdão

Tem mais refrão.

Tem o céu

Não tem mais véu.

Tem chão.

O som.

O dom.

O tom.

O bom.

O melhor.

Tem pretexto

Tem palavra

Tem contexto

Tem encaixe.

Tem um preço.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A espera, a esperança e o desespero.



Quando a pia tá entupida, a gente desentope.
Quando alguma coisa tá coberta, a gente descobre.
Se a gente não gosta de uma coisa que já tá feita, a gente desfaz.

Mas não dá pra desesperar.

Não é porque pouca coisa mudou em muito tempo de espera que é pra sair desesperado por aí, pensando que não vale mais a pena esperar... Pensando em desesperar pra sempre.

Seu desespero pode matar sua esperança.
Sua espera não.

Senta, respira fundo e espera. Quando tudo disser que não e parecer pedir pra você desesperar, é aí que você vai esperar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Julho é o sinédrio.


Se você só está se dando conta agora de que meio ano já foi, se está abrindo os olhos e vendo que suas atitudes no primeiro semestre não foram as melhores, as que você pretendia ter, as que mais agradaram a Deus, se no primeiro semestre você cortou orelhas por aí, você negou a Jesus, você teve medo, você chorou amargamente, se você tentou mudar o plano, se achou o bonzão e agora está desesperado por uma mudança, entra no sinédrio, Pedro.

Deixe que o mês de julho, esses próximos dias, sejam os divisores de água pra o resto do seu ano. Termine esse mês vendo tudo diferente. Termine esse mês completamente transformado e cheio de uma nova unção. Saia do mês de julho como Pedro e os outros apóstolos saíram do cenáculo.

Dá pra querer e, de fato, ter um segundo semestre bem melhor. Se levanta agora, Pedro, pra no segundo semestre, andar sobre as águas, ver a glória de Deus, olhar nos olhos de Jesus, ter a família curada, pra que até a sua sombra, aonde quer que você vá, cure, pra ter o ministério restaurado e a vida completamente transformada... Vai, Pedro.

The time is now...

domingo, 27 de junho de 2010

Stop bleeding.


O sangue parou de escorrer assim que ela conseguiu encostar, com as pontas dos dedos, naquele tecido grosso e rude. Ela tocou no tecido, longe do Seu corpo, enquanto todos o esmagavam, por todos os lados. Naquela hora foi como se ele não tivesse sentido os esbarrões, empurrões e apertos de mais ninguém, apenas o toque dela, que nem foi tão profundo assim. Apenas um toque. Um dedilhar. Um carinho na ponta de sua roupa. Saiu virtude. Ah, saiu.

Vi o seguinte: ela não sentiu mais sangue nenhum descendo depois de ter acreditado, e ela mal pôde acreditar que parou de sangrar. Ela parou, sem expressão. Fixou seus olhos à frente, nele, que continuou andando por muito pouco tempo. Seus lábios se entreabriram e seu olhar tinha um brilho mais que especial. Bem mais. Ela sentiu um vento gelado tocar seu rosto, movimentando seus cabelos e sua roupa. Nesse momento, ele se virou.

"Quem me tocou?", ele parou e todos pararam com ele, naturalmente. Vários o tocaram nos últimos minutos. Será que dava mesmo para distinguir? "Alguém tocou, que eu sei. Quem foi?"

Ela respirou fundo e apertou os lábios, abriu os braços, fazendo a multidão abrir um espaço para que ele pudesse vê-la. "Fui eu, Senhor".

Lembra dos braços abertos e o sorriso convidativo? Ele fez de novo. O sorriso se abriu automaticamente no rosto dela também. Respirou fundo novamente. O ar que entrou por suas narinas era um vento de uma paz inexplicável.

"Sua fé te curou", isso foi tudo o que ele disse. Depois ela deve ter o abraçado, chorando e agradecendo, e sentiu aquela mesma paz que podia fazê-la voar. Mas o que aconteceu depois e depois também foi legal.

A multidão que olhava torto quando ela passava, que tinha nojo dela, sorria ao vê-la. E sua maior alegria talvez fosse poder cumprimentar a todos e ser reconhecida, até os dias de hoje como "a mulher que tocou as vestes do Mestre e foi curada".

A história não tem fim. Ela é minha, ela é sua. Basta um toque. Apenas um toque.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Divulgação

Faça parte dessa Revolução.
Espalhe a notícia.
Seja um agente de transformação!
Leia a matéria:
http://www.comunidadedafe.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=629

Saibamais: www.revolucaojump.com.br
http://www.youtube.com/watch?v=IbQBQ_HVm9w





sexta-feira, 18 de junho de 2010

Você decide


Abandonar o navio ou andar sobre as águas? Alguma coisa você tem de escolher. Uma decisão você deve fazer. Do barco você vai sair de qualquer jeito. Aí cabe a você decidir o que fazer com seus pés: abandonar o navio ou andar sobre as águas.

Você pode abandonar o navio, pular do barco e ir nadando até a praia por ter desistido. Você vai chegar esgotado, se chegar. Nada de sobrenatural terá acontecido, ainda mais se você não chegar.

Mas você tem a opção de andar sobre as águas. Essa é uma decisão pra quem tem graça e coragem. Sem medo, você vai sair do barco e ser o milagre. O sobrenatural vai ser você. Ainda que você seja o único. Vai ser o único a ter vivido o milagre.

Medo de afundar você precisa ter se for abandonar o navio, porque é covarde e desistiu. Se decidir andar sobre as águas, você vai decidir acreditar, você vai decidir ser corajoso e não vai mesmo afundar.

Respire fundo. Não olhe para os que estão rindo atrás de você, te chamando de louco por achar que dá pra andar sobre as águas sem afundar, como se a física fosse o deus reinante. Sorria você mesmo, ponha o pé na água, veja que está gelada e sorria mais ainda. Não é a temperatura que vai te fazer afundar, é o medo. E medo você não tem. Olhe pra quem te espera ali no meio do mar, com os braços abertos por inteiro. Com um sorriso convidativo e os olhos que sempre te trouxeram perdão. Sorria até suas bochechas ficarem doloridas. Seja o milagre. Não abandone o navio. Prefira andar sobre as águas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Brand new month





Hoje você acordou tarde, perdeu a hora, acordou se sentindo culpado e quase se esqueceu daquilo que você sempre faz todo dia primeiro. Tudo bem, aí você fez. Talvez agora seu dia ficasse um pouco melhor.

Logo você viu que não. Você começou a ver que seria a mesma coisa de sempre. Então você leu algo sobre olhos e quis que os seus estivessem abertos. Eles choraram lágrimas de frustração, por ter pensado o que você pensou antes, que seria a mesma coisa. Aí você leu que não era pra você ficar pensando assim... Como se ela soubesse...

Hoje é o primeiro dia do mês, você não sabe muito o que esperar dele. Tem até um pouco de medo do que pode acontecer. Tem medo de que continue tudo igual. Essa semana você já tem garantida porque você sabe que ela vai ser boa. Depois de amanhã você vai marchar, vai ver seu povo, vai viver algo muito louco, você sabe. Sábado vai ser bom também. É, vai sim!

Dá pra você começar a acreditar que o mês vai ser bom? Parar de ter medo de que, de novo, ele não seja o melhor? É bom você aproveitar, já passaram seis meses. Depois desse, o ano parece acabar mais rápido. Então não perde tempo, fica de pé até você não aguentar mais. Eu sei que você pode ir bem longe. Você tem conseguido tantas coisas que você nem imaginou. Dá pra tentar, não dá? Meu, você sabe, te prometeram... Esse ano vai ser o melhor da sua vida... Só depende de você.

Vai, abre os olhos, levanta, ainda que continue sentado. Começa a escrever o que te faz tão bem, o que faz tão bem àqueles a quem você quer ver bem. Lê o que te faz bem. Escuta. Conversa. Se posiciona, começa a mudar sua história...

E fica com os olhos fitados nos de Jesus...

Junho promete.

domingo, 30 de maio de 2010

O perdão do Pedrão.




“Pedro, tu és pedra”. Ele sabia no que estava se metendo? Sabia o que teria de enfrentar? Sua vida mudou completamente depois dessas quatro palavras. Ele continuou sendo pedra, mesmo depois de muito pouco tempo depois, já ter feito uma besteira.

Sim, ele cortou a orelha de um cara. Sim, ele negou Jesus. Sim, ele dormiu quando Jesus pediu que ele orasse. Sim, logo depois de ter sido eleito, ele tentou impedir o plano de Deus. Sim, ele era cheio de deformações. Mas ele era o escolhido. Foi ele quem andou sobre as águas, foi ele quem viu a glória de Deus, ele recebeu perdão, ele foi chamado pra cuidar do que era de Jesus.

Depois do perdão, Pedrão nunca mais foi o mesmo. Ele foi correr atrás do prejuízo e foi fazer o que ele tinha de fazer. Fez um cara levantar e andar, fez uma mulher morta ressuscitar e até sua sombra fazia isso, quando ele passava. E ele parou de vez com toda a arrogância e se humilhou tanto que não se achou digno de morrer igual a Jesus. Viu as últimas coisas de cabeça pra baixo.

E aí, por mais que a gente não esteja muito firme, que a gente durma enquanto ora ou ao invés de orar, por mais que surja uma vergonha de falar de Jesus por aí, por mais que a gente faça besteiras por ter ficado nervoso, a gente pode sim passar por uma transformação dessas. A gente pode sim olhar nos olhos de Jesus, levantar e nunca mais ser igual. Ainda vai ter glória pra ver, ainda vai ter água pra andar em cima.


sábado, 24 de abril de 2010

Dia de limpeza.





Meu armário estava gritando "Me arrume, por favor!" faz algum tempo, então decidi arrumá-lo hoje. Joguei muita coisa fora. Cadernos do ano passado, maquiagem que não prestava mais, bijuteria que eu jamais usaria novamente, papéis rabiscados, cadernos que eu comprava apenas pra rascunho e nunca mais usava e canetas que não funcionavam mais. Achei muita coisa que eu nem lembrava mais que tinha, como a minha sapatilha de ponta do ballet, uma tesoura com um recorte diferente do normal e uma bolsa que eu usava bastante, antes. E também salvei muita coisa de ser perdida pra sempre, tipo duas garrafas que apesar de serem apenas duas garrafas, têm muita história, cartas que eu nunca mandei (por enquanto) e um rascunho de uma coisa que eu nunca vou postar aqui.

Eu joguei muita coisa fora. Coisa que tava no meu armário só pra entulhar porque, antes, eu não tinha onde por, e que me atrapalhava todos os dias. Às vezes nós estamos assim. Cheios do que não precisa. Cheios do que só serve pra entulhar, e isso atrapalha. Todos os dias. Isso nos impede de enxergar o que mais tem, além do entulho. Impede de enxergar as garrafas, as cartas, a sapatilha de ponta, as cartilhas de jejum, a maquiagem que ainda presta, as canetas que ainda funcionam. Impede de enxergar o que ainda é bom. Nos impede de ter acesso ao que precisamos de verdade, ou a aquilo que faz bem. A nossa história, nossos objetivos, nossos planos secretos que precisamos ver de vez em quando, pra nos manter com esperança.

Às vezes tudo que precisamos é uma limpeza. Precisamos nos livrar de todo o entulho. Todo pensamento desnecessário, de problemas que não são tão grandes assim, de paixões que nem existem, de desejos que não vão nos levar a nada. Precisamos nos limpar pra poder enxergar de novo que temos uma história, que temos sonhos e planos. Precisamos de espaço.

Espaço não para juntar mais entulho, nem para deixar vazio. Espaço pra ser preenchido com coisas novas, que realmente importam. Novas visões. Novos planos. Novos sonhos. O novo de Deus. Acumular coisas velhas atrapalha. O novo é necessário.

Não precisamos esperar que nosso armário interior comece a gritar "Me arrume, por favor!" pra tomarmos essa iniciativa. Na verdade, precisamos todos os dias de limpezas assim. Porque no final de cada dia as coisas ficam um pouco mais velhas, e precisamos ter espaço o suficiente para aquilo que vai se renovar na manhã seguinte.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O que não sai do lugar



Você tá aí se lamentando por tudo ter mudado de uma hora pra outra. Por certezas não serem mais tão certas agora. Por dores e distâncias criadas em tão pouco tempo, mas acho que se esqueceu de uma coisa, não?

Você pode ter mudado, as pessoas podem ter mudado, as certezas podem ter saído de onde não deviam ter saído, a distância chegou e tirou a proximidade do seu lugar, a dor tirou a alegria que você estava sentindo, mas Deus não mudou, nem saiu do seu lugar. A palavra que ele lançou não vai voltar vazia só por causa das mudanças que você vê com os olhos.

Uma alegria muito maior está por vir e você nem sabe.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bom dia.




Tô escrevendo do nada, no intervalo entre provas porque não deu tempo de postar na hora que eu queria ter postado. E talvez, também por isso, não tenha tanto sentido quanto naquela hora teria.

Eram seis da manhã e eu acordei diferente hoje. Não só porque eu levantei uma hora antes do meu normal e liguei o computador pra passar a músicas que me preencheram no final de semana pro meu celular, pra que elas continuassem me enchendo durante todo o dia, e aí eu já aproveitei pra fazer outras coisas como ler as boas palavras de gente com quem a minha aliança é de sal - apesar disso ter sido um marco, ter me enchido e até feito transbordar. Mas é que eu acordei diferente do que eu estava acordando havia muito tempo.

Eu acordei enxergando um pouco mais adiante do que a minha visão, que esteve limitada por longos e dolorosos dias, esteve enxergando anteriormente. Acordei e demorei um pouco para abrir os olhos porque a luz seria mais forte que eles, mas ainda assim eu enxerguei muito mais. Tive uma perspectiva de que eu vou continuar a acordar assim durante os próximos dias dessa semana e durante as próximas semanas.

Acordei ciente de que o Deus fiel dos adesivos nos carros* que vemos todos os dias é fiel a mim também, e que todo o calor que eu tô sentindo agora, no meio desse frio, é honra e a fidelidade dele.

Eu sei que não sou a única que precisa de novas perspectivas daquilo que é bom, a cada manhã, e o que eu pretendo é que, todos que leiam tenham novas perspectivas assim que terminarem de ler, que sintam o mesmo calor que eu estou sentindo agora e que vejam a fidelidade do mesmo Deus que eu, não só nos vidros dos carros.

*Idéia tirada do texto "Devaneios na Av. Brasil", de Luciana Elaiuy, no www.umpontoum.com

nota: o texto foi escrito às oito da manhã e, realmente, eu queria ter postado bem mais cedo do que só agora.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ON - OFF



Eu sou viciada em desligar uma máquina na padaria da minha mãe. Todas as vezes que passo por ela, me forço a colocar pra baixo a chave que liga e desliga, desde a primeira vez em que ela pediu pra eu fazer isso, achei muito legal e acabei gostando. Não importa se é meio dia ou sete e meia da noite - hora de fechar.

Bom seria poder fazer isso com os nossos sentimentos também. Da mesma forma que na máquina, colocar a chave pra baixo quando ficamos tristes, e desligar a tristeza. Ou então, colocá-la pra cima quando estamos desanimados, e ligar o ânimo.

Mas é assim. Temos chaves de autoridade pra ligar e desligar aqui na terra, e será ligado e desligado no céu. Podemos ligar milagres aqui na terra, e eles serão ligados no céu. Podemos desligar tristezas e dores aqui na terra, e elas serão desligadas no céu.

E essa chave também serve pra entrarmos em dimensões diferentes. Abrirmos portas de novos patamares. Fecharmos portas daquilo que já não é tão bom.

Só o que precisamos é entender essa autoridade que temos e usar as chaves. Ligar, desligar, entrar e sair.

terça-feira, 30 de março de 2010

A força que eu não sei.




Aquela coisa de "quando sou fraco é que sou forte" não parecia fazer muito sentido pra mim até muito pouco tempo atrás. Tipo, é fraco ou é forte? Não conseguia discernir e entender que há força sim na fraqueza. Ou melhor, que é na fraqueza que tem força. Foi só bem recentemente, depois de tudo o que aconteceu, depois de todas as minhas fortes fraquezas e das minhas forças fracas que eu vi que fazia todo sentido.

Você entrou em um buraco e não vê luz alguma. Você parece estar completamente sozinho. Acorda de manhã completamente descaracterizado. Se olha no espelho e vê seus olhos vermelhos e molhados. Eles gritam desânimo. Não há forças em seus lábios pra um sorriso sincero, pra um sorriso verdadeiramente feliz. Nem de pentear os cabelos você tem vontade. Seu coração começa a bater muito forte quando você lembra do buraco em que você está, você começa até a tremer. Você tem medo e quer fugir, mas não dá, agora é tarde. Você sabia no que estava se metendo, não sabia? Suspiros que buscam por uma esperança saem a cada minuto da sua boca. Não é tão fácil ter essa esperança.

Você chega na escola e é como se todos tivessem te abandonado. Seus melhores amigos! Seus melhores amigos não dão a mínima pra se você parece estar triste. Não se importam nem um pouco. Você troca de amigos. Até dá algumas boas risadas, mas é que eles não sabem que você tem uma dor, não te conhecem o bastante pra saber que esse não é seu estado normal. E assim dá até pra caminhar sem transparecer tanta dor. Mas quem você tem de verdade é Deus. Por mais que não pareça e por mais que você não entenda, você não fica choramingando e perguntando por que dói tanto, por que é tão difícil. Você só quer saber quando vai terminar. Porque como vai terminar você já sabia quando você entrou no buraco. E você sabe muito bem que vai terminar como você sonha. E até mais que isso.

Você quase não fala mais com seus amigos mais chegados porque falta um pouco de tempo e principalmente porque, ao entrar no buraco, você sabia que era bem isso que aconteceria. Você sente falta deles, e eles sentem falta de você. Eles sim. Eles se importam, você nem sabe disso direito. E acima de tudo, você continua tendo Deus.

À noite você vai para a igreja e não parece a mesma coisa de tempos atrás. Ninguém está tão normal quanto antes. Você até divide algumas esperanças com quem está no mesmo dilema, mas não dá tanta importância a isso como você. Até dá pra aguentar. E Deus continua dizendo aquilo que você sabe. "Calma, vai ficar tudo bem". Antes de dormir você entrega tudo nas mãos dele de novo. Você confia em Deus outra vez. É, você não desistiu por mais um dia, isso é muito bom. É nele, só nele que você confia. É só nele que você precisa confiar, como se não houvesse fracasso nenhum ao seu redor.

E depois de alguns dias, quase um mês, ou mais, ou menos, você sai do buraco em que entrou e uma das primeiras coisas que você ouve é alguém que não sabe nem da metade dos seus problemas, não via seu rosto pela manhã e não ouvia seus suspiros durante todo o dia, dizer "eu te admiro pela sua força". Depois dessa pessoa, mais algumas outras, sem saber que essa primeira disse isso, dizem também. Aí você acha estranho. Bem estranho. "Espera um pouco! Que forças? Meu Deus, que forças?". Pra você, não tem força nenhuma em não se reconhecer ao acordar todos os dias, em não sorrir, em trocar seus amigos por outros, já que você não confia em mais ninguém, em chorar, em não entender nada. Mas a força está em algo que você fazia, ou melhor, não fazia todos os dias.

Durante todos os dias do seu buraco, você deixou de fazer uma coisa. De todas as coisas que você fez pra se manter vivo, uma você não fez. Você não desistiu. Apesar de tudo. Apesar da vontade. Da vontade de gritar, sair correndo, chorar. Você não desistiu. Porque você sabia que aquele "calma, vai ficar tudo bem" que você ouvia todos os dias não faria mais sentido se você desistisse. Não haveria calma e não ficaria tudo bem se desistir fosse sua decisão. Eu disse que foi bom você não ter desistido. Foi melhor que qualquer coisa você não desistir. Acho que você lutou tanto que nem percebeu e nem pensou em desistir. Aí estavam as forças de que seus amigos falaram.

Você é forte pra caramba. Até hoje tantas pessoas dizem sobre a sua força. Desejam ter igual. Desejam ser como você pela sua persistência, perseverança. Pela sua força na fraqueza. Meu filho, é difícil ser forte quando tudo diz que não, quando você não se reconhece, não ri, não fala, quer sumir. É difícil ser forte na fraqueza porque pensar nisso parece contraditório. Mas depois de tudo, tudo mesmo, você vê que a força está exatamente na fraqueza. Quando você é fraco é que você é forte. Não haverá outra oportunidade de ser forte, senão na fraqueza.

E você vê como valeu a pena? Agora está tudo tão bem, você está tão feliz, que você nem lembra de como você saiu do meio de toda aquela escuridão. Só sabe que saiu. Só sabe que foi forte pra caramba.

Será que dá pra entrar de novo nesse buraco? Será que você suportaria passar de novo por tudo isso, mas dessa vez, sorrir ao se olhar no espelho de manhã, falar com seus amigos, rir muito, não ficar suspirando e até cantar? Mesmo que você esteja fraco, sua força vai ser manifesta nessas suas atitudes também, e vai ser por elas que Deus vai te honrar. Será que consegue? Eu acho que sim. Deus continua te dizendo as mesmas coisas. E agora ele ainda diz que não acabou. Que tudo que ele começou ainda não teve um fim, porque ele acha que ainda não é hora de ter um fim. E o fim vai ser calmo, e tudo bem. O fim vai ser muito mais que você sonha. A atitude chave vai ser confiar como se você não conhecesse o fracasso. Sabe no que se meteu da primeira vez. Não vai ser diferente se acontecer de novo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Acorda, Pedro.



Eu imagino que ele devia ser um cara muito chato. Acho que ele reclamava de tudo. Se incomodava com qualquer coisinha, e qualquer coisinha mudava rápido seu humor. Não acho que ele dava risada com facilidade, não acho que ele era de contar piadas ou até mesmo de sorrir constantemente. Acho que ele era muito contrariado e que queria que o jeito dele fosse o jeito certo sempre.

Ele disse que não negaria, mas negou. E negou três vezes. Logo depois de ter recebido a notícia de que mudaria gerações, tentou impedir o plano de ser cumprido. Ele cortou a orelha de um cara, quando não precisava de defesa alguma. Pedro dormiu quando devia orar. Pedro fez tanta burrada que ele mesmo perdeu as contas. Mas tem outra coisa que eu acho que ele fazia. Ele pedia perdão.

Eu fico imaginando que Pedro, antes de dormir, chorava, porque ele não aguentava mais ser quem ele estava sendo. Quem ele era de verdade odiava quem ele estava sendo. É que ele amava Jesus. É que ele havia mesmo largado suas redes pra seguir Jesus, mas ele tinha medo. E ele estava cansado de sentir medo. Ele sabia que não devia, e que não era pra ele sentir medo. Então ele chorava e falava "Pai, me ajuda a ser melhor amanhã, não quero mais ser assim".

E da última vez, depois que o galo cantou, Jesus passou por ele e fitou seus olhos. Os olhos que haviam derramado lágrimas amargas, segundo a própria Bíblia. E com aquele olhar Pedro foi perdoado. Aí ele se dispôs a ser melhor. Ele queria ser melhor. E eu sei que ele foi melhor. Bem melhor...



Eu escrevi tudo isso, em vários momentos achando que eu estava falando de mim, e não de outra pessoa. Quem mais sentiu isso, comenta!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O bom da noite



Mais uma vez tô aqui pra falar dessa gente como eu que gosta de andar no escuro, sem saber onde tá indo, como vai chegar, onde vai tropeçar ou onde vai pisar. Porque não é fé se a gente usar os olhos, e a situação em que menos dá pra usar os olhos, graças a Deus, é no escuro.

No começo da madrugada da última terça-feira, eu e mais uma galera fomos a um lugar onde veríamos algo no meio da escuridão. Não veríamos com os olhos, mas sentiríamos, e veríamos com a alma, e isso seria muito mais legal. Subimos até quase o topo de um monte. Alguns estavam lá pela terceira vez, mas aquela era a minha primeira. Simplesmente porque eu falei que se não estivesse lá, naquela hora, não estaria mais, e havia várias e várias coisas esperando que eu as visse. Eu realmente precisava ir.

Subimos com velas nas mãos, porque senão tropeçaríamos fisicamente, e aquele não era o propósito. Ao chegarmos no ponto em que teríamos de nos posicionar, o que veríamos já havia começado a se manifestar. Sou nova em tudo isso. Tudo era novidade. Ver um buraco enorme no chão cheio de fogo não era comum, mas também não foi assustador, porque eu simplesmente sabia que o que veria lá em cima era completamente novo aos meus olhos e, mais que aos olhos, ao espírito, e era isso exatamente o que importava mais. O espírito. E eu soube que o frio que eu estava sentindo antes da subida foi cessado não só porque daquele buraco saía fogo, mas porque a minha pele também sentiria coisas novas. E o espírito, mais ainda.

Mas também não é sobre isso que eu pretendo e vim aqui pra falar... É que eu tive de apagar minha vela quando cheguei lá em cima e, em um momento, eu a perdi. Quando fomos descer, me deram uma outra vela, que se manteve acesa até certo ponto, mas depois que eu acabei ficando sozinha e sem ninguém ao meu lado pra repartir o fogo que reacenderia a minha vela, ela ficou daquele jeito mesmo.

Tinha gente mais à frente com vela, e aí até dava pra eu enxergar um pouco onde eu estava pisando. Ao contrário do que é comum, a volta pareceu mais longa que a ida. Eu estava socialmente sozinha, naquela hora. Quer dizer, quem me visse e não soubesse, poderia dizer com convicção que eu estava sozinha, mas, durante aqueles cinco dias, em cada um dos momentos em que eu aparentava estar sozinha, eu não estava... mesmo. E naquele momento eu também não estava.

Eu repetia sem parar a frase que vi em algum lugar algumas semanas antes: o bom da noite é que eu vivo pela fé. Essa frase teve um grande efeito, e eu sei que isso é verdade. Não estava enxergando muito. Subi lá com um propósito e desci com ele concretizado. Desci mais leve e um pouco mais tranquila. Desci aparentemente sozinha e aparentemente no escuro. Estava a noite, mas o bom disso é que eu estava descendo aquele monte pela fé.

Então eu ouvi uma mulher dizer, um pouco à frente: se fosse de dia eu não teria subido... E aí eu parei pra pensar que eu, definitivamente, também não teria subido se fosse de dia. Sabe por quê? Porque eu estaria enxergando o tamanho do monte, o quanto teria de andar, os buracos em que eu haveria de enfiar meu pé pra subir, todo o mato que ia fazer minha perna coçar, a lama que ia sujar minhas calças... E à noite é diferente. Estava escuro e, mesmo com velas, eu não estava vendo tudo isso, nem me importava se cansaria a subida, se meu pé ficaria preso, se minha perna coçaria ou se minha calça ia ficar suja. O que me importava era ver a glória de Deus lá em cima e isso eu podia fazer no escuro.

E absolutamente tudo na vida é assim. Na vida de quem anda pela fé, quer dizer. Não precisa enxergar. Não precisa estar claro. Não precisa estar perto. Porque a fé faz acreditar na certeza. Você começa a orar sem saber como vai terminar. Você começa a se posicionar de uma forma, sem saber se vai terminar desse jeito ou de outro. Mas uma certeza você tem: você vai chegar. Não importa se a estrada é longa. Não importa se você tem uma vela. Não importa o quanto você canse, quantos buracos tenham pelo caminho, a certeza de que você vai chegar e vai ver a glória de Deus existe. E foi assim naquele monte, naquela terça-feira.

Quando nós passamos a acreditar no que vai acontecer, ainda que tudo esteja escuro e a nossa vela esteja apagando, a inclinação da subida, o cansaço e as dores causadas por caminhar são amenizadas. Aí, por mais difícil que seja caminhar, fica mais fácil. Porque o bom da noite é que nós andamos pela fé.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Freedom who?



Esses dias eu estava pesquisando imagens pra editar, porque isso tem sido meu passatempo nos dias sem internet, e resolvi pesquisar usando a palavra "freedom". Comecei a perceber uma coisa realmente interessante. Grande (grande mesmo) parte das imagens são de pessoas com os braços abertos. Talvez isso signifique que os braços abertos representam a liberdade...

E aí eu parei pra pensar que a gente só tem liberdade por causa de alguém que morreu de braços abertos. Então braços abertos talvez representem mesmo a liberdade. Só que eu acho que nem metade das pessoas que postaram suas fotos naquele site sabe disso... Distorcem a liberdade. Não sabem o que é a liberdade no sentido real dela.

Pensam que liberdade é aquilo que acontece quando fazem dezoito anos e saem da casa dos pais e aí começam a fazer o que bem entendem. Desejam a liberdade desejando estar livres dos pais, das regras, da obediência. Pensam que a liberdade pode ser encontrada em um copo de cerveja, num cigarro, num comprimido ou numa noite de sexo com alguém que nem conhecem. E aí é fácil se dizer livre tirando fotos de braços abertos e colocando em site de hospedagem de fotos.

Mas nem sabem que alguém teve que morrer pra que eles fossem livres. Só que não era esse tipo de liberdade que quem morreu desejava pra eles. Mas isso é super careta, pra eles.

O legal da liberdade é ter liberdade de verdade. Ter liberdade pra contar as coisas pros pais sem medo de eles brigarem e ter a liberdade de ser amigo deles, e isso faz com que a gente queira ficar mais tempo ainda com eles, sabendo que dá pra ser livre e morar de baixo do mesmo teto ao mesmo tempo. Dá pra ser livre e obedecer ao mesmo tempo.

O legal de ser livre é ter a liberdade de falar que a gente não precisa de um copo de cerveja pra se sentir mais leve, de um cigarro pra se acalmar ou um comprimido pra ficar ligado. Ter a liberdade de falar que a gente não precisa de uma noite de sexo com qualquer um pra fazer a gente melhor que alguém ou pra fazer a gente sentir prazer, ter a liberdade de dizer que ser livre é esperar até o casamento.

E sabe por quê? Porque a gente entendeu que Jesus esteve pregado na cruz de braços abertos pra nos fazer ter essa liberdade. Que os braços abertos representam a liberdade que foi conquistada com muita dor... Mas de braços abertos. E quando a gente passa a entender isso, é muito mais fácil e mais gostoso ser livre.

A gente se sente livre de verdade, e não com peso na consciência por desobedecer os pais. Não com medo de dirigir depois de beber ou de dar vexame na frente dos amigos. Não com medo de um câncer. Não com medo de uma overdose. Não com medo de uma gravidez ou uma doença. Legal é ser livre sem ter medo. E é só através de Jesus que a gente perde o medo de ser livre sem medo.

Essa liberdade não é a gente que conquista pelo próprio esforço. É apenas uma decisão que a gente faz, por causa de um esforço que já foi feito bem antes. Só isso... Apenas dizer que quer ser livre e poder abrir os braços e saber que foi assim que a nossa liberdade foi conquistada.